segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Vinicius Bueno

Já pensou em cursar sua pós graduação fora do Brasil? 


O campus do Instituto Masdar é uma personificação desses ideais, alimentado por energia renovável e apoiada pela tecnologia de ponta, proporcionando aos alunos uma oportunidade única de viver e aprender em um verdadeiro ambiente de "laboratório vivo".


O CAEB, traz uma novidade na última entrevista de 2016. Vinicius Bueno, 23. Um aluno formado no Paraná abrilhandou ainda mais o Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias.

Vinícius Bueno formou em Julho de 2015 na UFPR e está cursando mestrado na Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi. O Masdar Institute, o mais importante centro de pesquisa dos Emirados Árabes Unidos, é voltado para o estudo de energias alternativas, sustentabilidade e meio ambiente, e é grande importador de talentos*. O instituto já desenvolveu uma cidade completamente sustentável e movida somente com energia solar**.
Localizado em Masdar City, O instituto visa apoiar a diversificação econômica de Abu Dhabi, alimentando o capital humano e intelectual altamente qualificados e em parceria com os líderes da indústria.
Masdar City é uma cidade árabe moderna que está em sintonia com seus arredores. Possui um alto desenvolvimento urbano sustentável a nível regional e global, procurando sempre um desenvolvimento comercialmente viável que ofereça o ambiente de vida e de trabalho da mais alta qualidade com a menor demanda ecológica possível. O campus do Instituto Masdar é uma personificação desses ideais, alimentado por energia renovável e apoiada pela tecnologia de ponta, proporcionando aos alunos uma oportunidade única de viver e aprender em um verdadeiro ambiente de "laboratório vivo".







Dados pessoais:

1.               Nome completo: Vinicius Bueno
2.               Idade: 23
3.               Ano de conclusão do curso: Julho/2015
4.               Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi, UAE.

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
A escolha do curso foi interessante, porque eu nunca tinha ouvido falar de Engenharia de Bioprocessos até aquele momento. Desde pequeno meu sonho mudava incessantemente entre Medicina e Engenharia Química, e eu sabia que se escolhesse um em definitivo, parte do outro sempre me faria falta. Então decidi escolher um curso que juntava o que de mais importante tinha em comum com os dois, ou seja, algo que unisse a parte da saúde e biologia com a engenharia propriamente dita. Foi neste momento que descobri a Engenharia de Bioprocessos da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

2.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua proatividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim, participei do Diretório Acadêmico do curso durante 2 anos, como Assessor no primeiro ano e Coordenador do Departamento de Pesquisa, Ensino e Extensão no segundo. Fui bolsista de Iniciação Científica (IC) durante um ano, bolsista do CsF na França e, por fim, participei de várias festas organizadas pelos Diretórios de Engenharia, que pode não parecer importante a primeira vista, mas foi onde fiz a maior parte dos meus contatos. Esse networking fora das salas de aula foi o que impulsionou minha carreira, me abrindo os olhos para oportunidades que antes eu não tinha acesso. Em resumo, eu acredito que as atividades extracurrilares são essenciais durante a nossa experiência universitária.
 
3.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Curiosidade, sempre perguntei e queira saber mais, mesmo que seja um assunto que você domine, mesmo que seja uma pergunta boba, sendo curioso você descobre coisas e oportunidades que não estavam tão óbvias no início. Seja proativo, não espere ninguém te falar o que você deve fazer, não tenha medo de ser o primeiro a caçar uma IC, a entrar no Centro Acadêmico mesmo sendo seu primeiro ano na faculdade, se você teve uma boa ideia, faça e não pense duas vezes. Entretanto, o mais importante na minha opinião é a velha cara-de-pau: peça IC, peça estágio, peça por aquela bolsa, peça informações, procure contatos, faça networking, não tenha vergonha de pedir as coisas.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?
Pós-Graduação. Eu sempre quis seguir minha carreira fora do Brasil e o que eu pude notar é que a maioria das grandes empresas na área da engenharia consideram mestrado primordial hoje em dia, mesmo para as vagas do estilo “chão de fábrica”. No Canadá, por exemplo, PhD não é mais sinônimo de continuar sua vida na academia ou restritamente na pesquisa, muitos Diretores de Produção e CEOs tem PhD no currículo, o que na realidade é muito bem visto.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?
Research Assistant e Mestrando em Engenharia Química. Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi, UAE.

  
3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
O Instituto me convidou por e-mail para me inscrever no processo de bolsa de estudos por causa das minhas notas no GRE (“vestibular” universal para pós-graduação nos Estados Unidos, como se fosse um ENEM para mestrado e doutorado). O processo para me inscrever foi bem padrão. Preenchi vários formulários com meu histórico, mandei documentos da UFPR provando que eu estava formado, CV, cover letter, 3 recomendações de professores/chefes, e depois de 3 meses de processo seletivo, fui aprovado.  

4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?
Administração para Engenheiros, Economia para Engenheiros, Fundamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Projetos de Engenharia e TCC. Parece clichê, mas você não vai lembrar de boa parte do que aprendeu naquelas aulas teóricas de bioquímica ou cálculo, o que realmente fica são aqueles projetos que fazemos em matérias que focam o que um engenheiro faz no dia a dia, e isso envolve administrar uma empresa e uma equipe, envolve desenvolver e botar projetos em prática, numa perspectiva econômica e técnica. Mesmo que você siga na área de pesquisa, as experiências interpessoais que se adquire nesse tipo de curso é o que vai te guiar para o resto da vida profissional.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?
 Fui persistente desde o início, eu recebi varios nãos de bolsas de IC, de oportunidades de estágio, mestrado, trainees, até que um dia recebi um sim. Nunca desista depois de receber o primeiro não. Além disso, desde o meu primeiro ano eu sabia que queria estagiar ou fazer uma pós-graduação fora do país, desde então eu foquei minhas forças para realizar esse sonho. Aperfeiçoei meu inglês, francês e aprendi um pouco de alemão, procurei melhorar meu currículo com atividades extracurriculares e, como já mencionei, fui cara-de-pau e corri atrás de oportunidades, sem medo ou vergonha de levar um não.
6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Criem uma meta e foquem em crescer tanto como pessoa quanto profissionalmente para alcançar essa meta. Atividades extracurriculares são tão importantes quanto suas notas, não achem que a universidade se limita as 4 paredes da sala de aula. Os professores estão ali para te ajudar e te guiar, então peçam ajuda a eles o quanto julgarem necessário. Metas a longo prazo precisam ser divididas em pequenas metas a curto prazo, isso é um exercício importante para te manter no caminho certo. Quem faz o nome do curso lá fora são vocês, não a universidade nem os professores, vocês que logo estarão no mercado e farão a fama desse curso que é relativamente novo.



* G1. Exclusivo web: veja dicas para conseguir bolsa no Masdar Institute

** G1  Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar 


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

I Jornada de Verão de Microbiologia da UFV


Com o intuito de divulgar os projetos e pesquisas realizados pelos professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola da Univers
idade Federal de Viçosa (UFV), o Núcleo de Estudos em Microbiologia Agrícola (NEMA) com o apoio do Departamento de Microbiologia da UFV realizará a I Jornada de Verão de Microbiologia da Universidade Federal de Viçosa entre os dias 06 e 10 de fevereiro de 2017.
Nosso objetivo é compartilhar conhecimentos e mostrar o trabalho desenvolvido pelos diferentes grupos de pesquisa do Departamento de Microbiologia da UFV, bem como as principais metodologias usadas em cada área , recebendo em nossos laboratórios estudantes de diferentes instituições de ensino, por isso nosso público alvo são estudantes de graduação e recém-graduados que tenham interesse em conhecer e atuar nas áreas de microbiologia e biotecnologia, e futuramente ingressar em nosso programa de pós-graduação.
​A Jornada terá duração de uma semana, e as atividades serão divididas em partes teóricas e práticas. Durante o período da manhã serão ministradas palestras sobre temas atuais de Microbiologia e durante à tarde os participantes terão a oportunidade de conhecer e participar de práticas experimentais em um laboratório do departamento de sua escolha, que serão ministradas em formato de minicurso. E para promover uma troca de experiências entre todos envolvidos no evento, os participantes são convidados a apresentarem o trabalho que desenvolvem em suas universidades na forma de pôster.

VEJA MAIS NO SITE http://jornadamicroufv.wixsite.com/jmicro
E NA PÁGINA NO FACEBOOK https://www.facebook.com/Jornada-de-Ver%C3%A3o-de-Microbiologia-da-UFV-550139058494591/?fref=ts&__mref=message_bubble

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Projeto estudado no Projeto Vetor participa da 4° FEICINTEC e abre possibilidade de obtenção de patente

Projeto Vetor: o pontapé para novas oportunidades


O Projeto Vetor é uma iniciativa motivada pelo Centro Acadêmico de Engenharia de Bioprocessos (CAEB) com o objetivo de estimular os calouros do curso a adquirirem uma visão mais ampliada da referida graduação através do aprendizado por tutoria. Este projeto foi elaborado outro curso, e modificado pelo CAEB para a Eng. de Bioprocessos. 
Assim sendo, o aluno recém-admitido no curso e matriculados na disciplina de “Introdução à Engenharia de Bioprocessos” tem a oportunidade de receber a mentoria de um egresso ou que já estão em períodos mais avançados da graduação.
A partir dessa mentoria, os ingressantes têm a chance de desenvolver ao longo de todo o semestre um projeto teórico e/ou prático alinhado com as mais variadas temáticas que perfazem a biotecnologia. Desse modo, além da tremenda troca de experiências entre mentor e mentorado, o estudante tem também o privilégio de protagonizar a escolha do assunto a ser desenvolvido, favorecendo assim a motivação para o desenvolvimento da pesquisa.
Ainda, o Projeto Vetor pode contribuir para uma outra faceta: a de que, para a maioria dos estudantes, será o primeiro contato com a literatura científica, bem como com a ciência e seus desafios inerentes (persistência, resiliência e trabalho duro). Adicionalmente, o aluno passa a ter a oportunidade de enxergar mais à frente no curso e já pode começar a determinar suas preferências e possível escolha do caminho profissional a ser seguido.
 No primeiro semestre de 2016 a primeira edição do Projeto Vetor foi rodada e outra potencialidade de contribuição do referido projeto ficou bem clara: de que a participação bem-sucedida nesse tipo de iniciativa pode ser o pontapé para a criação de projetos inovadores. Nesse contexto, um exemplo que bem ilustra essa nova possibilidade refere-se ao projeto mentorado pela egressa do curso Lorena de Oliveira Felipe e seu grupo de estudantes.
De acordo com Lorena, o Projeto Vetor foi apenas o começo de uma ideia que, posteriormente, iria gerar muitas outras oportunidades. A prova disso é que encerrado o semestre, a pesquisa mentorada por Lorena não teve seu fim determinado. E, para assegurar o rápido desenvolvimento do projeto, várias parcerias foram feitas, tornando a pesquisa multidisciplinar e com claras perspectivas futuras.
Dessa maneira, atualmente, além da professora-voluntária Lorena Felipe, a equipe está composta pelo Prof. Igor José Boggione dos Santos (DQBIO); Prof. Tarsis Prado Barbosa (DETEM) e Prof. Eduardo Prado Baston (DEQ). Outros quatro estudantes de diferentes Engenharias também estão compondo o referido grupo de pesquisa. Ainda, a dedicação dispensada ao projeto já está possibilitando feedbacks positivos, entre os quais: (i) a redação de uma patente; (ii) a participação na 4 FEICINTEC (Feira de Ciências e Inovações Tecnológicas promovida pelo CREA-MG); (iii) bem como a pré-aceleração da ideia para uma possível incubação do processo tecnológico inventado no ano de 2017”.
Alunos na 4ª FEICINTEC, promovida pelo CREA-MG
Portanto, o Projeto Vetor vem reforçar que iniciativas pioneiras como essa, onde calouros e egressos são abraçados, podem contribuir efetivamente na valorização do curso de Engenharia de Bioprocessos, mostrando e reforçando que a Biotecnologia sinaliza cada dia mais o seu protagonismo em um futuro próximo como ciência-chave para o desenvolvimento sustentável.

Abaixo, segue o depoimento de dois estudantes que fizeram parte da Primeira Edição do Projeto Vetor:

“Participar do projeto vetor foi um grande aprendizado, pois tive a oportunidade de ter contato direto, já desde o primeiro período, com os laboratórios da Universidade.  Além disso, o projeto incentiva o aluno a buscar por novidades, desenvolver o trabalho em equipe e a capacidade de falar em público. E, ainda, é possível que o grupo desenvolva um projeto realmente inovador, que desperte o interesse de algum docente que esteja assistindo à apresentação, podendo assim se tornar mais que um simples trabalho. Tive o prazer de ter como monitora Lorena de Oliveira Felipe, a qual estava realmente interessada em passar seu conhecimento e participar ativamente de todas as reuniões, além de toda a motivação que nos proporcionava. Pude ter alegria de ver o sucesso do projeto, depois de tanto trabalho duro. Foram sábados no laboratório, noites preparando a apresentação, tardes ensaiando. E ver que todo aquele esforço me trouxe e traz, ainda hoje, bons resultados, é o mais gratificante”.
Paula Xavier desenvolveu o Projeto “Estudo da biodegradação do poliestireno expandido (EPS) pela larva do bicho-da-farinha” e mentorada da tutora Lorena de Oliveira Felipe.

“Participar do Projeto Vetor foi uma experiência bem bacana, nela pude perceber as várias áreas de atuação de um Eng. de Bioprocessos. Elaborei um projeto na área de medicamentos na qual obtive muito aprendizado, aprendi a trabalhar em equipe, pesquisar e ter postura na hora de apresenta e um trabalho fora o conhecimento adquirido. No final de tudo pude ter certeza que eu quero me formar como Engenheiro de Bioprocessos."

Breno Quites desenvolveu o Projeto "Produção de insulina utilizando tecnologia do DNA recombinante em alface".

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Fernanda Severo Ribeiro

"Busque aprimoramento e conhecimento além da Universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbio, e o mais importante faça aquilo que goste"

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - traz mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho. 
Temos o prazer de publicar mais uma entrevista. Agora, com a Engenheira Fernanda Severo de Rezende Ribeiro, 26. Formada em 2014, Fernanda hoje é Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma, na Hemobrás, uma empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Hemobrás é uma empresa que trabalha para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue e biofármacos, ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências genéticas, cirrose, câncer, Aids, queimaduras, entre outras doenças.


Dados pessoais:

1.               Nome completo: Fernanda Severo de Rezende Ribeiro
2.               Idade: 26 anos
3.               Ano de conclusão do curso: 2014
4.               Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Hemobrás – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
Desde o ensino médio eu tinha afinidade com as matérias de biologia e física, gostava de química e me dava bem em matemática. Na hora de escolher o curso queria algo que mesclasse essas matérias e não pensei duas vezes quando descobri a Engenharia de Bioprocessos. O que me chamou a atenção foi o campo de atuação do profissional que pode ser na indústria farmacêutica, alimentícia, cosmética, bioenergia, meio ambiente, entre outros.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?
Com certeza foi o Engenharia de Bioprocessos que me motivou, pois era o primeiro curso em Minas Gerais.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim. Tive a oportunidade de estagiar na Universidade Federal de Lavras onde atuei em um projeto que visava o desenvolvimento e otimização de processos para obtenção de bebidas fermentadas e seleção de culturas starter para processos fermentativos. 
Também participei da Empresa Júnior, a ATP Jr., como sócia-fundadora e Diretora de Qualidade. Foi uma experiência incrível e determinante para eu ter conseguido um estágio extracurricular na Danone. Assim, durante esse estágio fiquei responsável pelo setor de compras de insumos (leite), pela liderança de projetos de redução de custos e assistência técnica aos fornecedores de matéria-prima.

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Acredito que tanto como aluno e profissional as principais características exigidas para o sucesso são: o trabalho em equipe, saber lidar com pessoas de diferentes personalidades, ter proatividade e o autoconhecimento. O bom aluno ou profissional deve ter consciência de suas habilidades e pontos fracos, buscando sempre melhorar seu comportamento.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?
Ainda na graduação eu tinha a certeza que queria trabalhar na indústria, então corri atrás de um estágio na produção. Mesmo tendo passado para uma vaga administrativa na Danone tive a oportunidade de conhecer melhor a indústria e perceber que era o ambiente onde eu queria trabalhar, não importava ser uma área técnica ou administrativa. Trabalhei na Danone por 7 meses e logo em seguida passei no concurso da Hemobrás.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?
Atualmente sou Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma.

3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
Através da aprovação em concurso público.
4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?
Com certeza. Trabalho na área técnica do setor de incorporação de tecnologia e processos e, no momento, a fábrica ainda está em fase de implantação. Assim sendo, minhas atividades atuais se resumem em: elaboração e aprovação de documentação técnica, análise e aprovação de especificações; PIDs; fluxogramas de produção; acompanhamento de execução de projetos construtivos de equipamentos de produção; qualificação de fornecedores; participação em testes de aceitação em fábrica de equipamentos. Assim sendo precisei relembrar alguns conceitos de determinadas matérias vistas na graduação, entre as quais: Instrumentação e Controle de Processos; Instalações Industriais; Operações Unitárias; Mecânica dos Fluidos; Separação/Purificação de Produtos Biotecnológicos; Cultivo de Células.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?
Estudei muito. Costumava estudar 6 horas por dia além das aulas na faculdade. Mas acho que o diferencial foi a busca de atividades extracurriculares. E me arrependo de não ter participado de mais projetos.  Com certeza aquele estudante que tem experiências além daquelas proporcionadas pela faculdade e fale pelo menos o inglês fluente terá mais chances no mercado de trabalho. Não esquecendo que no contexto das empresas, o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Ter um bom relacionamento com os colegas contribui muito para o sucesso do profissional.

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Busque aprimoramento e conhecimento além da universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbios, e o mais importante faça aquilo que goste. Muita gente acha que tem seguir a carreira na indústria, chegar a cargos no topo, ou ser professor de universidade. Mas se não gosta, não tem que ser assim, seguir padrões, você tem que fazer o que gosta. E se, por exemplo, seu talento for empreender, não só na área que cursou, mas em outra diferente?! A vida é feita de escolhas e existem riscos em tudo que fazemos. O necessário é ter coragem para enfrentá-los!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Juliana Junqueira Pinelli

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - traz mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho.
Neste mês, entrevistamos Juliana Junqueira Pinelli. Formada em 2015 no CAP, cursa atualmente a Pós-Graduação a nível de Mestrado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). O projeto que está desenvolvendo é na área de bacteriologia de alimentos, avaliando os efeitos de óleos essenciais como antimicrobianos em determinados alimentos. Confira um pouco da sua experiência.



QUESTIONÁRIO PADRÃO DE ENTREVISTA: PROJETO “O ENGENHEIRO DE BIOPROCESSOS E SUAS DIFERENTES POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO

Dados pessoais:

1.               Nome completo: Juliana Junqueira Pinelli
2.               Idade: 24
3.               Ano de conclusão do curso: 2015
4.             Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?

Sinceramente, quando optei por prestar vestibular para o curso eu não sabia muito a respeito dele por ser uma Engenharia tão nova e que engloba áreas tão diversas.  Um dos pontos que, sem dúvida, me despertou o interesse foi ser um curso tão interdisciplinar que envolvia as matérias que eu tinha maior afinidade durante o ensino médio: biologia, física e matemática.  Foi um curso que eu fui descobrindo aos poucos durante a minha graduação e me apaixonando cada dia mais.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?

Escolhi a UFSJ/CAP por ser uma das poucas instituições federais que apresentava o curso de Engenharia de Bioprocessos, o qual me interessei quando vi as disciplinas que eram ofertadas e a sua interdisciplinaridade. Outro fator que me motivou foi o fato do Campus Alto Paraopeba ser um campus que estava em expansão, com equipamentos e laboratórios novos e com diversos professores muito determinados e empenhados com os cursos oferecidos por lá.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?

Durante a minha graduação, participei de duas Iniciações Científicas (IC’s) como bolsista da FAPEMIG. A primeira foi realizada em 2012 tendo como título “Identificação de Microrganismos Produtores de Pigmentos com Potencial Interesse para a Indústria Alimentícia” sob orientação do Prof. Juliano Lemos Bicas. Já a segunda foi realizada em 2013 sob orientação da Profa. Sandra de Cássia Dias, tendo como título a “Influência da Temperatura e pH na Produção de Ácido Clavulânico pelo Streptomyces clavuligerus “. Participei também de forma voluntária de um projeto de extensão denominado “Sala da Ciência: um espaço real com interface virtual” (em 2011), coordenado pela Profa. Daniela Leite Fabrino. Ainda, atuei também como monitora de duas disciplinas (Estatística Básica e Estequiometria Industrial).
Sempre considerei que temos que “colocar em prática” os ensinamentos que nos são transmitidos durante as aulas. As atividades extracurriculares nos proporcionam essa oportunidade. Com as vivências em laboratório, descobrimos as áreas que temos mais afinidade. Adicionalmente pode-se descobrir e perceber como é a vida de um pesquisador, se temos aptidão para seguir carreira acadêmica, a importância do trabalho em equipe e, principalmente, a troca de experiências com profissionais mais experientes e de diversas formações “abre nossa mente”, fazendo com que nos tornarmos pessoas e profissionais melhores.   

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?

Um aluno de graduação tem que estar disposto a absorver todo o conhecimento que lhe é transmitido dentro e fora da sala de aula. Ele deve aproveitar todas as oportunidades que a Universidade lhe oferece - como participação em projetos de iniciação científica, extensão, empresas júniores, desenvolvimento de projetos independentes, entre outros -, buscando cada vez mais um aprimoramento pessoal e profissional, tentando evoluir cada dia mais, tornando-se uma pessoa/profissional melhor, ciente de suas ações e responsabilidades para com a sociedade e, principalmente, com a profissão escolhida.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?

Após conclusão do meu curso, resolvi seguir carreira acadêmica já que sempre me identifiquei com essa área e sempre gostei de trabalhar com pesquisa. 

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?

Atualmente, estou cursando Pós-Graduação a nível de Mestrado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). O projeto que desenvolvo é focado na área de bacteriologia de alimentos, avaliando os efeitos de óleos essenciais como antimicrobianos em determinados alimentos. Essa pesquisa é orientada pela Profa. Roberta Hilsdorf Piccoli e é uma área que possui uma relação com a Engenharia de Bioprocessos e que sempre me atraiu.

3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?

Participei de um processo seletivo composto por uma prova escrita e análise curricular.

4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?

Sim, por trabalhar em um projeto de pesquisa que envolve processos microbiológicos em alimentos, utilizo diversos processos e técnicas aprendidas durante as disciplinas básicas e específicas da minha graduação. A Microbiologia Básica, por exemplo, é a base do meu projeto de pesquisa. Ainda, disciplinas como Microbiologia Industrial, Bioquímica Básica/Metabólica, Cálculo/Projeto de Biorreatores, Estatística e Estequiometria Industrial são igualmente importantes na minha atuação.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?

Como estudante, sempre tentei absorver o máximo de informações possíveis que eram repassadas para mim, aproveitando cada oportunidade que a Universidade me oferecia. Cada projeto de Iniciação Científica e Extensão foram extremamente importantes para minha formação profissional e pessoal. Ter estudado um outro idioma (no caso Inglês) me proporcionou a chance de realizar um Intercâmbio financiado pelo Governo (Ciência Sem Fronteiras).

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?

Todo estudante deve ter consciência de que tudo o que ele aprende durante a sua graduação não é em vão. Então ele deve estar sempre atento as informações que lhe são passadas e deve buscar novas fontes de conhecimento, dentro e fora das salas de aulas.
Por isso, considero os projetos de pesquisa, como IC’s, tão importantes para o aprendizado e amadurecimento do aluno, já que ele passa a ter contato com outros profissionais mais experientes e de formações adversas que modificam sua forma de pensar e agir.
Não devemos nos esquecer também da importância da aprendizagem de um novo idioma (seja ele Inglês, Francês, Alemão). A Universidade oferece cursos não gratuitos, porém mais baratos do que a maioria das escolas de línguas e de excelente qualidade.