quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Fernanda Severo Ribeiro

"Busque aprimoramento e conhecimento além da Universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbio, e o mais importante faça aquilo que goste"

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - traz mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho. 
Temos o prazer de publicar mais uma entrevista. Agora, com a Engenheira Fernanda Severo de Rezende Ribeiro, 26. Formada em 2014, Fernanda hoje é Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma, na Hemobrás, uma empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Hemobrás é uma empresa que trabalha para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue e biofármacos, ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências genéticas, cirrose, câncer, Aids, queimaduras, entre outras doenças.


Dados pessoais:

1.               Nome completo: Fernanda Severo de Rezende Ribeiro
2.               Idade: 26 anos
3.               Ano de conclusão do curso: 2014
4.               Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Hemobrás – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
Desde o ensino médio eu tinha afinidade com as matérias de biologia e física, gostava de química e me dava bem em matemática. Na hora de escolher o curso queria algo que mesclasse essas matérias e não pensei duas vezes quando descobri a Engenharia de Bioprocessos. O que me chamou a atenção foi o campo de atuação do profissional que pode ser na indústria farmacêutica, alimentícia, cosmética, bioenergia, meio ambiente, entre outros.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?
Com certeza foi o Engenharia de Bioprocessos que me motivou, pois era o primeiro curso em Minas Gerais.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim. Tive a oportunidade de estagiar na Universidade Federal de Lavras onde atuei em um projeto que visava o desenvolvimento e otimização de processos para obtenção de bebidas fermentadas e seleção de culturas starter para processos fermentativos. 
Também participei da Empresa Júnior, a ATP Jr., como sócia-fundadora e Diretora de Qualidade. Foi uma experiência incrível e determinante para eu ter conseguido um estágio extracurricular na Danone. Assim, durante esse estágio fiquei responsável pelo setor de compras de insumos (leite), pela liderança de projetos de redução de custos e assistência técnica aos fornecedores de matéria-prima.

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Acredito que tanto como aluno e profissional as principais características exigidas para o sucesso são: o trabalho em equipe, saber lidar com pessoas de diferentes personalidades, ter proatividade e o autoconhecimento. O bom aluno ou profissional deve ter consciência de suas habilidades e pontos fracos, buscando sempre melhorar seu comportamento.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?
Ainda na graduação eu tinha a certeza que queria trabalhar na indústria, então corri atrás de um estágio na produção. Mesmo tendo passado para uma vaga administrativa na Danone tive a oportunidade de conhecer melhor a indústria e perceber que era o ambiente onde eu queria trabalhar, não importava ser uma área técnica ou administrativa. Trabalhei na Danone por 7 meses e logo em seguida passei no concurso da Hemobrás.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?
Atualmente sou Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma.

3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
Através da aprovação em concurso público.
4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?
Com certeza. Trabalho na área técnica do setor de incorporação de tecnologia e processos e, no momento, a fábrica ainda está em fase de implantação. Assim sendo, minhas atividades atuais se resumem em: elaboração e aprovação de documentação técnica, análise e aprovação de especificações; PIDs; fluxogramas de produção; acompanhamento de execução de projetos construtivos de equipamentos de produção; qualificação de fornecedores; participação em testes de aceitação em fábrica de equipamentos. Assim sendo precisei relembrar alguns conceitos de determinadas matérias vistas na graduação, entre as quais: Instrumentação e Controle de Processos; Instalações Industriais; Operações Unitárias; Mecânica dos Fluidos; Separação/Purificação de Produtos Biotecnológicos; Cultivo de Células.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?
Estudei muito. Costumava estudar 6 horas por dia além das aulas na faculdade. Mas acho que o diferencial foi a busca de atividades extracurriculares. E me arrependo de não ter participado de mais projetos.  Com certeza aquele estudante que tem experiências além daquelas proporcionadas pela faculdade e fale pelo menos o inglês fluente terá mais chances no mercado de trabalho. Não esquecendo que no contexto das empresas, o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Ter um bom relacionamento com os colegas contribui muito para o sucesso do profissional.

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Busque aprimoramento e conhecimento além da universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbios, e o mais importante faça aquilo que goste. Muita gente acha que tem seguir a carreira na indústria, chegar a cargos no topo, ou ser professor de universidade. Mas se não gosta, não tem que ser assim, seguir padrões, você tem que fazer o que gosta. E se, por exemplo, seu talento for empreender, não só na área que cursou, mas em outra diferente?! A vida é feita de escolhas e existem riscos em tudo que fazemos. O necessário é ter coragem para enfrentá-los!

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