segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Vinicius Bueno

Já pensou em cursar sua pós graduação fora do Brasil? 


O campus do Instituto Masdar é uma personificação desses ideais, alimentado por energia renovável e apoiada pela tecnologia de ponta, proporcionando aos alunos uma oportunidade única de viver e aprender em um verdadeiro ambiente de "laboratório vivo".


O CAEB, traz uma novidade na última entrevista de 2016. Vinicius Bueno, 23. Um aluno formado no Paraná abrilhandou ainda mais o Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias.

Vinícius Bueno formou em Julho de 2015 na UFPR e está cursando mestrado na Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi. O Masdar Institute, o mais importante centro de pesquisa dos Emirados Árabes Unidos, é voltado para o estudo de energias alternativas, sustentabilidade e meio ambiente, e é grande importador de talentos*. O instituto já desenvolveu uma cidade completamente sustentável e movida somente com energia solar**.
Localizado em Masdar City, O instituto visa apoiar a diversificação econômica de Abu Dhabi, alimentando o capital humano e intelectual altamente qualificados e em parceria com os líderes da indústria.
Masdar City é uma cidade árabe moderna que está em sintonia com seus arredores. Possui um alto desenvolvimento urbano sustentável a nível regional e global, procurando sempre um desenvolvimento comercialmente viável que ofereça o ambiente de vida e de trabalho da mais alta qualidade com a menor demanda ecológica possível. O campus do Instituto Masdar é uma personificação desses ideais, alimentado por energia renovável e apoiada pela tecnologia de ponta, proporcionando aos alunos uma oportunidade única de viver e aprender em um verdadeiro ambiente de "laboratório vivo".







Dados pessoais:

1.               Nome completo: Vinicius Bueno
2.               Idade: 23
3.               Ano de conclusão do curso: Julho/2015
4.               Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi, UAE.

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
A escolha do curso foi interessante, porque eu nunca tinha ouvido falar de Engenharia de Bioprocessos até aquele momento. Desde pequeno meu sonho mudava incessantemente entre Medicina e Engenharia Química, e eu sabia que se escolhesse um em definitivo, parte do outro sempre me faria falta. Então decidi escolher um curso que juntava o que de mais importante tinha em comum com os dois, ou seja, algo que unisse a parte da saúde e biologia com a engenharia propriamente dita. Foi neste momento que descobri a Engenharia de Bioprocessos da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

2.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua proatividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim, participei do Diretório Acadêmico do curso durante 2 anos, como Assessor no primeiro ano e Coordenador do Departamento de Pesquisa, Ensino e Extensão no segundo. Fui bolsista de Iniciação Científica (IC) durante um ano, bolsista do CsF na França e, por fim, participei de várias festas organizadas pelos Diretórios de Engenharia, que pode não parecer importante a primeira vista, mas foi onde fiz a maior parte dos meus contatos. Esse networking fora das salas de aula foi o que impulsionou minha carreira, me abrindo os olhos para oportunidades que antes eu não tinha acesso. Em resumo, eu acredito que as atividades extracurrilares são essenciais durante a nossa experiência universitária.
 
3.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Curiosidade, sempre perguntei e queira saber mais, mesmo que seja um assunto que você domine, mesmo que seja uma pergunta boba, sendo curioso você descobre coisas e oportunidades que não estavam tão óbvias no início. Seja proativo, não espere ninguém te falar o que você deve fazer, não tenha medo de ser o primeiro a caçar uma IC, a entrar no Centro Acadêmico mesmo sendo seu primeiro ano na faculdade, se você teve uma boa ideia, faça e não pense duas vezes. Entretanto, o mais importante na minha opinião é a velha cara-de-pau: peça IC, peça estágio, peça por aquela bolsa, peça informações, procure contatos, faça networking, não tenha vergonha de pedir as coisas.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?
Pós-Graduação. Eu sempre quis seguir minha carreira fora do Brasil e o que eu pude notar é que a maioria das grandes empresas na área da engenharia consideram mestrado primordial hoje em dia, mesmo para as vagas do estilo “chão de fábrica”. No Canadá, por exemplo, PhD não é mais sinônimo de continuar sua vida na academia ou restritamente na pesquisa, muitos Diretores de Produção e CEOs tem PhD no currículo, o que na realidade é muito bem visto.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?
Research Assistant e Mestrando em Engenharia Química. Masdar Institute of Science and Technology, Abu Dhabi, UAE.

  
3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
O Instituto me convidou por e-mail para me inscrever no processo de bolsa de estudos por causa das minhas notas no GRE (“vestibular” universal para pós-graduação nos Estados Unidos, como se fosse um ENEM para mestrado e doutorado). O processo para me inscrever foi bem padrão. Preenchi vários formulários com meu histórico, mandei documentos da UFPR provando que eu estava formado, CV, cover letter, 3 recomendações de professores/chefes, e depois de 3 meses de processo seletivo, fui aprovado.  

4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?
Administração para Engenheiros, Economia para Engenheiros, Fundamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Projetos de Engenharia e TCC. Parece clichê, mas você não vai lembrar de boa parte do que aprendeu naquelas aulas teóricas de bioquímica ou cálculo, o que realmente fica são aqueles projetos que fazemos em matérias que focam o que um engenheiro faz no dia a dia, e isso envolve administrar uma empresa e uma equipe, envolve desenvolver e botar projetos em prática, numa perspectiva econômica e técnica. Mesmo que você siga na área de pesquisa, as experiências interpessoais que se adquire nesse tipo de curso é o que vai te guiar para o resto da vida profissional.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?
 Fui persistente desde o início, eu recebi varios nãos de bolsas de IC, de oportunidades de estágio, mestrado, trainees, até que um dia recebi um sim. Nunca desista depois de receber o primeiro não. Além disso, desde o meu primeiro ano eu sabia que queria estagiar ou fazer uma pós-graduação fora do país, desde então eu foquei minhas forças para realizar esse sonho. Aperfeiçoei meu inglês, francês e aprendi um pouco de alemão, procurei melhorar meu currículo com atividades extracurriculares e, como já mencionei, fui cara-de-pau e corri atrás de oportunidades, sem medo ou vergonha de levar um não.
6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Criem uma meta e foquem em crescer tanto como pessoa quanto profissionalmente para alcançar essa meta. Atividades extracurriculares são tão importantes quanto suas notas, não achem que a universidade se limita as 4 paredes da sala de aula. Os professores estão ali para te ajudar e te guiar, então peçam ajuda a eles o quanto julgarem necessário. Metas a longo prazo precisam ser divididas em pequenas metas a curto prazo, isso é um exercício importante para te manter no caminho certo. Quem faz o nome do curso lá fora são vocês, não a universidade nem os professores, vocês que logo estarão no mercado e farão a fama desse curso que é relativamente novo.



* G1. Exclusivo web: veja dicas para conseguir bolsa no Masdar Institute

** G1  Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar 


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