O CAEB, com suporte e apoio
de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione
- lança o Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação".
O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da
Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação
profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para
futuros estágios e/ou parcerias. Para tal, entrevistas mensais com Engenheiros
formados no curso da UFSJ/CAP serão divulgadas no Blog e na Rede Social do
CAEB, com o intuito de mostrar a alocação desses profissionais nas mais
diversas áreas. Em última instância, o lançamento desse projeto também pretende
fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o
mercado de trabalho.
Na estreia do Projeto,
começamos nossa série de entrevistas com o Engenheiro de Bioprocessos
recém-formado no CAP - Willer Ferreira da Silva Júnior, 23 anos
– que, atualmente, ocupa o cargo de Líder
de Bioprocessos na empresa Libbs.
A Libbs,
por sua vez, destaca-se como uma das mais importantes indústrias farmacêuticas
do Brasil, com sede administrativa no estado de São Paulo e uma produção anual
estimada em mais de 50 milhões de unidades de medicamentos. Além disso, a Libbs
conta com mais de 2500 colaboradores, investe 10% do seu faturamento em P&D,
perfazendo mais de meio século de atuação industrial nacional.
Confira então abaixo essa
primeira entrevista, afirmamos que vai valer a pena!
Figura 1 -
Willer Ferreira da Silva Junior: Engenheiro de
Bioprocessos recém-formado na UFSJ/CAP e que atualmente, ocupa o cargo de Líder
de Bioprocessos na Libbs (uma grande indústria farmacêutica).
QUESTIONÁRIO
DE ENTREVISTA: PROJETO "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação"
Dados pessoais
|
1.
Nome
completo: Willer Ferreira da Silva Junior
2.
Idade:
23
3.
Ano
de conclusão do curso: 2015/2
4.
Empresa
que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Libbs Farmacêutica
Graduação: Engenharia de Bioprocessos
|
1.
Por
que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
Devido
a sua interdisciplinaridade. Não sabia ao certo as atribuições e áreas de
atuação do Engenheiro de Bioprocessos, mas quando olhei a grade curricular do
curso, fiquei apaixonado, pois havia disciplinas de química, física, matemática
e biologia (tudo o que eu mais gostava no ensino médio).
2.
O
que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?
Na
verdade, o CAP me escolheu (e eu o escolhi, no final das contas). Em 2009 a
minha meta era começar um curso de graduação em uma universidade pública, independentemente
de onde fosse. Fui aprovado em outra universidade federal, mas o curso de
Engenharia de Bioprocessos me interessou mais.
3.
Participou
de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou
essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim.
Minha motivação foi aprender ainda mais e ver a aplicação do que estudava nas
disciplinas, além do interesse em enriquecer meu currículo para quando fosse
para o mercado de trabalho. E tudo isso realmente se concretizou; oportunidades
surgiram graças aos trabalhos que desenvolvi com meus padrinhos José Carlos,
Daniela Fabrino, Bruna Mara e Edson Nucci.
Iniciei
minha primeira iniciação científica com o Prof. José Carlos, com o qual
trabalhei por 3 anos. O trabalho que começamos singelamente a desenvolver em
2010, cresceu, recebeu prêmio de destaque de IC na Escola de Verão em
Farmacognosia e deu origem a outros projetos financiados pela FAPEMIG, além de
artigos em congressos e revistas científicas.
Enquanto
aluno de IC do meu amigo e “pai” José Carlos, ingressei no PET DPCFC, cuja
tutora é a Dani, como bolsista do MEC. Aprendi muito durante esse período e
abri minha mente sobre a importância da interdisciplinaridade e minha
responsabilidade para com a sociedade, além da força do trabalho em equipe e a
importância do alinhamento dos valores dos “colaboradores” para se atingir as
metas da instituição (PET, empresa, ONG, etc).
Mais
tarde, senti a necessidade de adquirir experiência em outras áreas e aprender
ferramentas para simulação, modelagem e otimização de processos (minha paixão
na engenharia); então comecei a trabalhar com a Bruna Mara em um projeto de
otimização da purificação de IgY (hoje trabalho no setor de purificação de
anticorpos monoclonais) com bolsa da FAPEMIG. Com intuitos similares,
desenvolvi meu TCC sob a orientação do prof. Edson Nucci nas áreas de projeto e
cinética de reatores, modelagem e simulação de processos. Essa experiência me
proporcionou a oportunidade de aplicar e integralizar as disciplinas que cursei
na UFSJ/CAP.
Também
tive o prazer de fazer parte da Empresa Júnior do curso – a ATP Jr. -, o que me
deu uma ideia mais clara sobre o ambiente que encontramos nas empresas, além de
ter desenvolvido minha capacidade de lidar com profissionais e conflitos,
liderar pessoas e projetos no ambiente corporativo.
4.
Quais
as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto
profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Primeiramente
o amadurecimento quanto pessoa, que se preocupa com os outros e com o meio
ambiente e está ciente dos impactos das suas ações na esfera global. Além
disso, a autonomia, a proatividade e a (auto)reflexão são importantes tanto
pessoal, quanto profissionalmente. A autonomia nos estudos, a iniciativa em construir
uma universidade melhor, executando projetos (às vezes independentes) e a
ponderação sobre a conectividade e a aplicação do que é estudado, desenvolvem
nos alunos habilidades úteis no mercado de trabalho.
Formei: e agora?
|
1.
Qual
o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a
isso?
Fui
para a produção, na indústria. Me apaixonei pelas disciplinas de engenharia no
final do curso e sabia que queria seguir a área de engenharia de processos trabalhando
com simulação, controle e otimização de processos; queria de alguma forma
vivenciar as operações unitárias e a dinâmica da produção. Além disso, certa
frustração com a distância entre o meio acadêmico e o mercado profissional me
fizeram decidir por não ir para a pós-graduação imediatamente; dessa forma
poderia adquirir experiência na indústria para compartilhar com futuros alunos
(caso decida ser professor no futuro).
2.
Atualmente,
qual a posição que você ocupa?
Líder
de Bioprocessos na empresa farmacêutica Libbs.
3.
Como
foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
Vi o
anúncio da vaga no LinkedIn e me
candidatei no site da empresa. Fui chamado para uma entrevista e posteriormente
recebi a confirmação da aprovação.
4.
As
matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do
ciclo básico já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no
mercado de trabalho?
Sim,
tanto no meu estágio quanto no meu atual trabalho. Embora geralmente tenhamos
alguns “tutores” no trabalho, ter uma base sólida de conhecimento na área ajuda
o profissional a entender os processos de forma rápida e propor
soluções/alternativas para os mesmos.
Durante
meu estágio, utilizei conceitos de microbiologia (geral e industrial), cinética
e cálculo de reatores, mecânica dos fluidos, cálculo(s), bioquímica, análise
instrumental, separação e purificação de
produtos biotecnológicos, instrumentação e controle de bioprocessos, biologia
molecular. Creio que enquanto Líder de Bioprocessos, usarei conceitos de todas
as disciplinas.
Quando
você é treinado sobre as medidas de prevenção de impacto ambiental, segurança
do trabalho e projetos sociais da empresa, ou mesmo quando interage com seus
colegas de trabalho (com diferentes experiências e histórias de vida), é
impossível não relembrar de algumas discussões das disciplinas Ciência,
Tecnologia e Sociedade; Meio Ambiente e Gestão para a Sustentabilidade (Matriz
Aspecto e Impacto Ambiental, por exemplo); Indivíduos, Grupos e Sociedade
Global, por exemplo.
Ainda,
como trabalho com downstream (nesse
caso, na purificação de anticorpos monoclonais), conceitos de separação
e purificação de produtos biotecnológicos; operações unitárias; química
analítica; análise instrumental; bioquímica básica; cálculos; estatística;
estequiometria industrial; transferência de massa; materiais para a indústria
de Bioprocessos; instalações industriais; instrumentação/controle de
bioprocessos e eletrotécnica são frequentemente (ou eventualmente) algumas
disciplinas requisitadas atualmente pela posição que ocupo no mercado de
trabalho e que foram vistas em sala de aula ainda durante a minha graduação.
5.
Para
chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou
enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui? Ter
buscado conhecimento além do que é proposto na grade curricular do curso, ter
me engajado em projetos na universidade, não ter desistido de aprender outros
idiomas, ter sido fiel aos meus objetivos profissionais, ter buscado conhecer
melhor a realidade da indústria (softwares, metodologias e processos utilizados
nas empresas).
6.
Quais
conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Estejam
abertos a oportunidades e reflitam sobre o que lêem e aprendem, entendendo o
funcionamento dos princípios científicos (decoreba não). Participem de
atividades distintas; cada uma delas lhes trará uma experiência e habilidade
diferente que poderão ser diferencial na busca por um emprego. Reflita sobre
suas aptidões e preferências definindo seus objetivos profissionais baseados na
sua satisfação pessoal; se não for possível atingir seus objetivos
profissionais agora, sejam pacientes e busquem meios alternativos para
alcançá-los ou experimentem temporariamente outras opções, se preparando mais
para os seus objetivos. Por último mas não menos importante: estudem inglês e
outros idiomas; eles abrem portas (para o meio acadêmico, mercado de trabalho,
para a vida).
Obrigado. Isso foi apenas um empurrãozinho, o vôo foi seu. No que depender de nós, estamos aqui para isso. Sempre um grande prazer ler essas coisas.i
ResponderExcluirObrigado. Isso foi apenas um empurrãozinho, o vôo foi seu. No que depender de nós, estamos aqui para isso. Sempre um grande prazer ler essas coisas.i
ResponderExcluirMuito bom ler um depoimento maduro como esse. Só desejamos sucesso ao Willer em sua carreira.
ResponderExcluirOrgulho em ter presenciado tudo isso de perto. Sim você sempre buscou muito mais do que a grade curricular oferecia, adquiriu grande conhecimento por conta própria e sempre foi inspiração para os que estavam ao seu redor. E hoje você ocupa uma posição que você mereceu muito conquistar. Te desejo não só como amiga mas como "colega de profissão" todo o sucesso do mundo e que você voe cada vez mais alto!
ResponderExcluirExcelente iniciativa do centro acadêmico de bioprocessos! Um projeto muito legal e importante para o desenvolvimento do curso! Parabéns!
ResponderExcluirParabéns também ao Willer pela graduação e a certa carreira de sucesso!
Muito sucesso na sua carreira.
ResponderExcluirMuito bom ver o sucesso profissional dos Engenheiros de bioprocessos formados no CAP. Com certeza veremos muito mais depoimentos assim, de dedicação e satisfação pelo que faz, porque nosso curso é lindo!
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