Quem nunca passou pela indecisão da escolha de um curso superior? Bioquímica, Engenharia Química, de Bioprocessos e Engenharia Bioquímica. Qual escolher? E por que? Pois é...Tendo em visto o lançamento recente do resultado do ENEM2015 e o texto sobre as diferenças entre bioquímica e farmácia, no texto de hoje iremos esmiuçar as diferenças e semelhanças entre bioquímica e estas engenharias. Então respirem fundo e boa escolha!
Antes de começar, precisamos definir alguns nomes: seguindo as
diretrizes do CREA, denominaremos de Engenharia Bioquímica os
cursos de Engenharia de Bioprocessos e Engenharia Biotecnológica. Já para
o CRQ todos seriam considerados modalidades de Engenharia
Química. (Dependendo da atividade desenvolvida, o engenheiro deverá estar
atrelado ao CREA ou ao CRQ.. já o bioquímico é sempre atrelado ao CRQ).
Bem, em termos de origem, tanto a Bioquímica quanto a Engenharia Bioquímica foram geradas dentro de departamentos e escolas de química e engenharia química. Talvez por esse motivo, a diferença entre elas é análoga à diferença entre Química e Engenharia Química: embora trabalhem com o mesmo tema, o Bioquímico e o Engenheiro Bioquímico atuam de formas diferentes!
A verdade é que, num primeiro olhar, os cursos podem até ser parecidos, mas apresentam diferenças que podem causar desilusões aos estudantes mal informados. Uma boa forma de tirar qualquer dúvida é procurar as atribuições que os Conselhos Federais podem fornecer para cada curso. Por isso, vamos pensar um pouco sobre a figura abaixo:
O Conselho Federal de Química (CFQ) pode conceder até 16 atribuições a um curso de ensino superior. Mas não se engane: aqui, quantidade não é qualidade! Não é porque um curso possui mais atribuições que ele é melhor que outro. Na verdade, o conjunto de atribuições de cada curso o direciona para uma determinada atuação. Pra facilitar mais ainda, resumimos abaixo:
Bem, em termos de origem, tanto a Bioquímica quanto a Engenharia Bioquímica foram geradas dentro de departamentos e escolas de química e engenharia química. Talvez por esse motivo, a diferença entre elas é análoga à diferença entre Química e Engenharia Química: embora trabalhem com o mesmo tema, o Bioquímico e o Engenheiro Bioquímico atuam de formas diferentes!
A verdade é que, num primeiro olhar, os cursos podem até ser parecidos, mas apresentam diferenças que podem causar desilusões aos estudantes mal informados. Uma boa forma de tirar qualquer dúvida é procurar as atribuições que os Conselhos Federais podem fornecer para cada curso. Por isso, vamos pensar um pouco sobre a figura abaixo:
O Conselho Federal de Química (CFQ) pode conceder até 16 atribuições a um curso de ensino superior. Mas não se engane: aqui, quantidade não é qualidade! Não é porque um curso possui mais atribuições que ele é melhor que outro. Na verdade, o conjunto de atribuições de cada curso o direciona para uma determinada atuação. Pra facilitar mais ainda, resumimos abaixo:
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As diferentes e inúmeras carreiras
do Bacharel em Bioquímica, podem ser encontradas aqui nesse link. Se você deseja saber como é ser
bioquímico, você pode ver algumas entrevistas com bacharéis em Bioquímica ou
acessar outras informações aqui.
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Os Bioquímicos
Industriais são os bacharéis em Bioquímica essencialmente preocupados
com a química da vida aplicada em plantas industriais. O ingressante no curso de Bioquímica deve cursar disciplinas
específicas que garantem as atribuições do MEC dispostas acima e que são necessárias
para a atuação na indústria. As atividades deste bioquímico estão
relacionadas a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos industriais
(vacinas, alimentos, cerveja e biodiesel, por exemplo), no controle de
qualidade de produtos e processos industriais, estudos de viabilidade
técnico-econômicas, operação e manutenção de equipamentos e no tratamento de
resíduos (águas e esgotos por exemplo). Caso tenha formação gerencial, poderá
ainda planejar e supervisionar processos de produção biotecnológicas, gestão de
projetos, análise de mercado e gestão de marketing, análise de patentes ou
mesmo gestão de inovações. Neste caso, deverá ter em seu currículo disciplinas
que o CFQ determina próprias para o profissional da química tecnológica: gestão
e administração, processos fermentativos industriais, desenho industrial,
operações unitárias e fenômenos de transporte, compondo cerca de 30 a 50% do
seu currículo. Com isso, o Bioquímico Industrial acaba tendo um ótimo balanço
entre disciplinas das áreas de biologia, química e física, próprios para uma
atuação multidisciplinar dentro do ambiente industrial, realizando as
atividades de 1 a 13 descritas acima.
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Os Engenheiros Bioquímicos são
essencialmente preocupados com os problemas de projetos e operações de plantas
industriais. As atividades desta engenharia estão relacionadas ao projeto de
plantas, dimensionamento de bombas, cálculo e dimensionamento de reatores,
trocadores de calor, cálculo de perda de carga de tubulações, especificação de
materiais especiais, etc.. Outra atividade muito importante é o cálculo e
dimensionamento da dinâmica das reações. O Engenheiro Bioquímico deve em muitos
casos usar (ou desenvolver) modelos destas reações para prever e dimensionar o
tempo das reações ou o tempo de residência do reator. Note que nesta última
atividade, o emprego dos modelos de cinética química é extensivo e relacionado
fortemente com a Física e Físico-Química. Pode-se dizer que a Engenharia
Química e Engenharia Bioquímica são, em realidade, uma engenharia "Física",
no sentido que a maior parte de suas atividades (estimados uns 80% a 90%) estão
relacionadas a Transferência de Calor, Mecânica de Fluídos, termodinâmica e
cinética das reações químicas. Consequentemente, 80 a 90% da grade curricular
serão destinadas a essas disciplinas e conhecimentos, contemplando as
atribuições 1 a 13, mas principalmente 13 a 16 do CFQ. Entretanto, como
dissemos acima, não é porque um curso possui mais atribuições que ele é
melhor que outro, ou mais apto para esta ou aquela atividade que possui em
comum. Na verdade, as Engenharias são mais vinculadas as atividades 13 a 16
dentro do CFQ e aquelas que o CREA admite.
(Para efeitos de comparação de grades curriculares, como fizemos com o curso de farmácia, deem uma olhada nas grades deEngenharia de Bioprocessos da UFRJ, Engenharia Química da UFV e comparem com a grade da Bioquímica da UFV)
No entanto, nem tudo são flores de simplicidade! Um cuidado especial que o candidato deve ter é que inúmeros cursos de Engenharia Bioquímica, de Bioprocessos ou de Engenharia Biotecnológica apenas carregam o nome "engenharia" como uma questão de status e acabam tendo muito mais enfoque na bancada da ciência básica do que em processos industriais. Até mesmo aqueles com pegada industrial, apresentam mais um perfil de bioquímico industrial do que propriamente engenharia bioquímica. Nesses casos, é bom lembrar que o CREA e o MEC determinam um conteúdo mínimo para considerar um curso como “engenharia”, e o CRQ e o MEC fazem o mesmo em relação ao curso de Bioquímica.
Por isso, basta pensar: se você tem mais afinidade pela Química e Biologia ou se você tem mais afinidade por Física e Matemática. As primeiras são as bases da Bioquímica, enquanto que as últimas são as bases da Engenharia Bioquímica e da Engenharia Química. E entre essas duas, o Bioquímico Industrial acaba sendo uma opção mais balanceada de atuações, nos quais as afinidades por química, biologia, física e matemática podem ser colocadas em proporções semelhantes.
Por fim, a dica de ouro é: logo após decidir sua própria afinidade, leia a grade curricular dos cursos pretendidos, para evitar cursos que não estejam compatíveis com as diretrizes do MEC, sejam elas de Bioquímica ou de Engenharia Bioquímica! Estar em dia com essas diretrizes é o mínimo que um curso de qualidade deve ter, não é?
Nesse texto, foram analisadas as grades curriculares de Engenharia de Bioprocessos (UFPR, UFRJ, UTFPR, Unesp, UFSJ), as grades curriculares de Engenharia Bioquímica (UERGS, USP-Lorena) e grades curriculares de Engenharia Química (UFRJ, UFPR, USP e UFV)
Disponivel em <http://bioquimicabrasil.blogspot.com.br/2016/01/diferencas-entre-bioquimica-e-engenharia-bioquimica.html?m=1>
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