quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Projeto estudado no Projeto Vetor participa da 4° FEICINTEC e abre possibilidade de obtenção de patente

Projeto Vetor: o pontapé para novas oportunidades


O Projeto Vetor é uma iniciativa motivada pelo Centro Acadêmico de Engenharia de Bioprocessos (CAEB) com o objetivo de estimular os calouros do curso a adquirirem uma visão mais ampliada da referida graduação através do aprendizado por tutoria. Este projeto foi elaborado outro curso, e modificado pelo CAEB para a Eng. de Bioprocessos. 
Assim sendo, o aluno recém-admitido no curso e matriculados na disciplina de “Introdução à Engenharia de Bioprocessos” tem a oportunidade de receber a mentoria de um egresso ou que já estão em períodos mais avançados da graduação.
A partir dessa mentoria, os ingressantes têm a chance de desenvolver ao longo de todo o semestre um projeto teórico e/ou prático alinhado com as mais variadas temáticas que perfazem a biotecnologia. Desse modo, além da tremenda troca de experiências entre mentor e mentorado, o estudante tem também o privilégio de protagonizar a escolha do assunto a ser desenvolvido, favorecendo assim a motivação para o desenvolvimento da pesquisa.
Ainda, o Projeto Vetor pode contribuir para uma outra faceta: a de que, para a maioria dos estudantes, será o primeiro contato com a literatura científica, bem como com a ciência e seus desafios inerentes (persistência, resiliência e trabalho duro). Adicionalmente, o aluno passa a ter a oportunidade de enxergar mais à frente no curso e já pode começar a determinar suas preferências e possível escolha do caminho profissional a ser seguido.
 No primeiro semestre de 2016 a primeira edição do Projeto Vetor foi rodada e outra potencialidade de contribuição do referido projeto ficou bem clara: de que a participação bem-sucedida nesse tipo de iniciativa pode ser o pontapé para a criação de projetos inovadores. Nesse contexto, um exemplo que bem ilustra essa nova possibilidade refere-se ao projeto mentorado pela egressa do curso Lorena de Oliveira Felipe e seu grupo de estudantes.
De acordo com Lorena, o Projeto Vetor foi apenas o começo de uma ideia que, posteriormente, iria gerar muitas outras oportunidades. A prova disso é que encerrado o semestre, a pesquisa mentorada por Lorena não teve seu fim determinado. E, para assegurar o rápido desenvolvimento do projeto, várias parcerias foram feitas, tornando a pesquisa multidisciplinar e com claras perspectivas futuras.
Dessa maneira, atualmente, além da professora-voluntária Lorena Felipe, a equipe está composta pelo Prof. Igor José Boggione dos Santos (DQBIO); Prof. Tarsis Prado Barbosa (DETEM) e Prof. Eduardo Prado Baston (DEQ). Outros quatro estudantes de diferentes Engenharias também estão compondo o referido grupo de pesquisa. Ainda, a dedicação dispensada ao projeto já está possibilitando feedbacks positivos, entre os quais: (i) a redação de uma patente; (ii) a participação na 4 FEICINTEC (Feira de Ciências e Inovações Tecnológicas promovida pelo CREA-MG); (iii) bem como a pré-aceleração da ideia para uma possível incubação do processo tecnológico inventado no ano de 2017”.
Alunos na 4ª FEICINTEC, promovida pelo CREA-MG
Portanto, o Projeto Vetor vem reforçar que iniciativas pioneiras como essa, onde calouros e egressos são abraçados, podem contribuir efetivamente na valorização do curso de Engenharia de Bioprocessos, mostrando e reforçando que a Biotecnologia sinaliza cada dia mais o seu protagonismo em um futuro próximo como ciência-chave para o desenvolvimento sustentável.

Abaixo, segue o depoimento de dois estudantes que fizeram parte da Primeira Edição do Projeto Vetor:

“Participar do projeto vetor foi um grande aprendizado, pois tive a oportunidade de ter contato direto, já desde o primeiro período, com os laboratórios da Universidade.  Além disso, o projeto incentiva o aluno a buscar por novidades, desenvolver o trabalho em equipe e a capacidade de falar em público. E, ainda, é possível que o grupo desenvolva um projeto realmente inovador, que desperte o interesse de algum docente que esteja assistindo à apresentação, podendo assim se tornar mais que um simples trabalho. Tive o prazer de ter como monitora Lorena de Oliveira Felipe, a qual estava realmente interessada em passar seu conhecimento e participar ativamente de todas as reuniões, além de toda a motivação que nos proporcionava. Pude ter alegria de ver o sucesso do projeto, depois de tanto trabalho duro. Foram sábados no laboratório, noites preparando a apresentação, tardes ensaiando. E ver que todo aquele esforço me trouxe e traz, ainda hoje, bons resultados, é o mais gratificante”.
Paula Xavier desenvolveu o Projeto “Estudo da biodegradação do poliestireno expandido (EPS) pela larva do bicho-da-farinha” e mentorada da tutora Lorena de Oliveira Felipe.

“Participar do Projeto Vetor foi uma experiência bem bacana, nela pude perceber as várias áreas de atuação de um Eng. de Bioprocessos. Elaborei um projeto na área de medicamentos na qual obtive muito aprendizado, aprendi a trabalhar em equipe, pesquisar e ter postura na hora de apresenta e um trabalho fora o conhecimento adquirido. No final de tudo pude ter certeza que eu quero me formar como Engenheiro de Bioprocessos."

Breno Quites desenvolveu o Projeto "Produção de insulina utilizando tecnologia do DNA recombinante em alface".

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Fernanda Severo Ribeiro

"Busque aprimoramento e conhecimento além da Universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbio, e o mais importante faça aquilo que goste"

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - traz mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho. 
Temos o prazer de publicar mais uma entrevista. Agora, com a Engenheira Fernanda Severo de Rezende Ribeiro, 26. Formada em 2014, Fernanda hoje é Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma, na Hemobrás, uma empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Hemobrás é uma empresa que trabalha para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue e biofármacos, ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências genéticas, cirrose, câncer, Aids, queimaduras, entre outras doenças.


Dados pessoais:

1.               Nome completo: Fernanda Severo de Rezende Ribeiro
2.               Idade: 26 anos
3.               Ano de conclusão do curso: 2014
4.               Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Hemobrás – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?
Desde o ensino médio eu tinha afinidade com as matérias de biologia e física, gostava de química e me dava bem em matemática. Na hora de escolher o curso queria algo que mesclasse essas matérias e não pensei duas vezes quando descobri a Engenharia de Bioprocessos. O que me chamou a atenção foi o campo de atuação do profissional que pode ser na indústria farmacêutica, alimentícia, cosmética, bioenergia, meio ambiente, entre outros.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?
Com certeza foi o Engenharia de Bioprocessos que me motivou, pois era o primeiro curso em Minas Gerais.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?
Sim. Tive a oportunidade de estagiar na Universidade Federal de Lavras onde atuei em um projeto que visava o desenvolvimento e otimização de processos para obtenção de bebidas fermentadas e seleção de culturas starter para processos fermentativos. 
Também participei da Empresa Júnior, a ATP Jr., como sócia-fundadora e Diretora de Qualidade. Foi uma experiência incrível e determinante para eu ter conseguido um estágio extracurricular na Danone. Assim, durante esse estágio fiquei responsável pelo setor de compras de insumos (leite), pela liderança de projetos de redução de custos e assistência técnica aos fornecedores de matéria-prima.

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?
Acredito que tanto como aluno e profissional as principais características exigidas para o sucesso são: o trabalho em equipe, saber lidar com pessoas de diferentes personalidades, ter proatividade e o autoconhecimento. O bom aluno ou profissional deve ter consciência de suas habilidades e pontos fracos, buscando sempre melhorar seu comportamento.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?
Ainda na graduação eu tinha a certeza que queria trabalhar na indústria, então corri atrás de um estágio na produção. Mesmo tendo passado para uma vaga administrativa na Danone tive a oportunidade de conhecer melhor a indústria e perceber que era o ambiente onde eu queria trabalhar, não importava ser uma área técnica ou administrativa. Trabalhei na Danone por 7 meses e logo em seguida passei no concurso da Hemobrás.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?
Atualmente sou Analista Industrial de Hemoderivados e Biotecnologia - Fracionamento Industrial do Plasma.

3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?
Através da aprovação em concurso público.
4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?
Com certeza. Trabalho na área técnica do setor de incorporação de tecnologia e processos e, no momento, a fábrica ainda está em fase de implantação. Assim sendo, minhas atividades atuais se resumem em: elaboração e aprovação de documentação técnica, análise e aprovação de especificações; PIDs; fluxogramas de produção; acompanhamento de execução de projetos construtivos de equipamentos de produção; qualificação de fornecedores; participação em testes de aceitação em fábrica de equipamentos. Assim sendo precisei relembrar alguns conceitos de determinadas matérias vistas na graduação, entre as quais: Instrumentação e Controle de Processos; Instalações Industriais; Operações Unitárias; Mecânica dos Fluidos; Separação/Purificação de Produtos Biotecnológicos; Cultivo de Células.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?
Estudei muito. Costumava estudar 6 horas por dia além das aulas na faculdade. Mas acho que o diferencial foi a busca de atividades extracurriculares. E me arrependo de não ter participado de mais projetos.  Com certeza aquele estudante que tem experiências além daquelas proporcionadas pela faculdade e fale pelo menos o inglês fluente terá mais chances no mercado de trabalho. Não esquecendo que no contexto das empresas, o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Ter um bom relacionamento com os colegas contribui muito para o sucesso do profissional.

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?
Busque aprimoramento e conhecimento além da universidade, faça cursos de idiomas, intercâmbios, e o mais importante faça aquilo que goste. Muita gente acha que tem seguir a carreira na indústria, chegar a cargos no topo, ou ser professor de universidade. Mas se não gosta, não tem que ser assim, seguir padrões, você tem que fazer o que gosta. E se, por exemplo, seu talento for empreender, não só na área que cursou, mas em outra diferente?! A vida é feita de escolhas e existem riscos em tudo que fazemos. O necessário é ter coragem para enfrentá-los!