segunda-feira, 3 de outubro de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Juliana Junqueira Pinelli

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - traz mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho.
Neste mês, entrevistamos Juliana Junqueira Pinelli. Formada em 2015 no CAP, cursa atualmente a Pós-Graduação a nível de Mestrado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). O projeto que está desenvolvendo é na área de bacteriologia de alimentos, avaliando os efeitos de óleos essenciais como antimicrobianos em determinados alimentos. Confira um pouco da sua experiência.



QUESTIONÁRIO PADRÃO DE ENTREVISTA: PROJETO “O ENGENHEIRO DE BIOPROCESSOS E SUAS DIFERENTES POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO

Dados pessoais:

1.               Nome completo: Juliana Junqueira Pinelli
2.               Idade: 24
3.               Ano de conclusão do curso: 2015
4.             Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?

Sinceramente, quando optei por prestar vestibular para o curso eu não sabia muito a respeito dele por ser uma Engenharia tão nova e que engloba áreas tão diversas.  Um dos pontos que, sem dúvida, me despertou o interesse foi ser um curso tão interdisciplinar que envolvia as matérias que eu tinha maior afinidade durante o ensino médio: biologia, física e matemática.  Foi um curso que eu fui descobrindo aos poucos durante a minha graduação e me apaixonando cada dia mais.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?

Escolhi a UFSJ/CAP por ser uma das poucas instituições federais que apresentava o curso de Engenharia de Bioprocessos, o qual me interessei quando vi as disciplinas que eram ofertadas e a sua interdisciplinaridade. Outro fator que me motivou foi o fato do Campus Alto Paraopeba ser um campus que estava em expansão, com equipamentos e laboratórios novos e com diversos professores muito determinados e empenhados com os cursos oferecidos por lá.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?

Durante a minha graduação, participei de duas Iniciações Científicas (IC’s) como bolsista da FAPEMIG. A primeira foi realizada em 2012 tendo como título “Identificação de Microrganismos Produtores de Pigmentos com Potencial Interesse para a Indústria Alimentícia” sob orientação do Prof. Juliano Lemos Bicas. Já a segunda foi realizada em 2013 sob orientação da Profa. Sandra de Cássia Dias, tendo como título a “Influência da Temperatura e pH na Produção de Ácido Clavulânico pelo Streptomyces clavuligerus “. Participei também de forma voluntária de um projeto de extensão denominado “Sala da Ciência: um espaço real com interface virtual” (em 2011), coordenado pela Profa. Daniela Leite Fabrino. Ainda, atuei também como monitora de duas disciplinas (Estatística Básica e Estequiometria Industrial).
Sempre considerei que temos que “colocar em prática” os ensinamentos que nos são transmitidos durante as aulas. As atividades extracurriculares nos proporcionam essa oportunidade. Com as vivências em laboratório, descobrimos as áreas que temos mais afinidade. Adicionalmente pode-se descobrir e perceber como é a vida de um pesquisador, se temos aptidão para seguir carreira acadêmica, a importância do trabalho em equipe e, principalmente, a troca de experiências com profissionais mais experientes e de diversas formações “abre nossa mente”, fazendo com que nos tornarmos pessoas e profissionais melhores.   

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?

Um aluno de graduação tem que estar disposto a absorver todo o conhecimento que lhe é transmitido dentro e fora da sala de aula. Ele deve aproveitar todas as oportunidades que a Universidade lhe oferece - como participação em projetos de iniciação científica, extensão, empresas júniores, desenvolvimento de projetos independentes, entre outros -, buscando cada vez mais um aprimoramento pessoal e profissional, tentando evoluir cada dia mais, tornando-se uma pessoa/profissional melhor, ciente de suas ações e responsabilidades para com a sociedade e, principalmente, com a profissão escolhida.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?

Após conclusão do meu curso, resolvi seguir carreira acadêmica já que sempre me identifiquei com essa área e sempre gostei de trabalhar com pesquisa. 

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?

Atualmente, estou cursando Pós-Graduação a nível de Mestrado em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). O projeto que desenvolvo é focado na área de bacteriologia de alimentos, avaliando os efeitos de óleos essenciais como antimicrobianos em determinados alimentos. Essa pesquisa é orientada pela Profa. Roberta Hilsdorf Piccoli e é uma área que possui uma relação com a Engenharia de Bioprocessos e que sempre me atraiu.

3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?

Participei de um processo seletivo composto por uma prova escrita e análise curricular.

4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico, já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?

Sim, por trabalhar em um projeto de pesquisa que envolve processos microbiológicos em alimentos, utilizo diversos processos e técnicas aprendidas durante as disciplinas básicas e específicas da minha graduação. A Microbiologia Básica, por exemplo, é a base do meu projeto de pesquisa. Ainda, disciplinas como Microbiologia Industrial, Bioquímica Básica/Metabólica, Cálculo/Projeto de Biorreatores, Estatística e Estequiometria Industrial são igualmente importantes na minha atuação.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?

Como estudante, sempre tentei absorver o máximo de informações possíveis que eram repassadas para mim, aproveitando cada oportunidade que a Universidade me oferecia. Cada projeto de Iniciação Científica e Extensão foram extremamente importantes para minha formação profissional e pessoal. Ter estudado um outro idioma (no caso Inglês) me proporcionou a chance de realizar um Intercâmbio financiado pelo Governo (Ciência Sem Fronteiras).

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?

Todo estudante deve ter consciência de que tudo o que ele aprende durante a sua graduação não é em vão. Então ele deve estar sempre atento as informações que lhe são passadas e deve buscar novas fontes de conhecimento, dentro e fora das salas de aulas.
Por isso, considero os projetos de pesquisa, como IC’s, tão importantes para o aprendizado e amadurecimento do aluno, já que ele passa a ter contato com outros profissionais mais experientes e de formações adversas que modificam sua forma de pensar e agir.
Não devemos nos esquecer também da importância da aprendizagem de um novo idioma (seja ele Inglês, Francês, Alemão). A Universidade oferece cursos não gratuitos, porém mais baratos do que a maioria das escolas de línguas e de excelente qualidade.