sábado, 12 de março de 2016

Brasileira desenvolve bioinseticida que mata larvas do mosquito da dengue

Em meio à epidemia de dengue, zika e chikungunya, os cientistas têm buscado diversas alternativas para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Um bioinseticida é a nova opção desenvolvida pela pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
De acordo com a cientista, o bioiseticida causa apenas a morte das larvas do mosquito e não os adultos. Além disso, o produto não é tóxico e nem causa riscos às pessoas ou aos animais domésticos.
Apelidado de Inova-Bti, inseticida à base da bactériaBacillus thuringiensis, já foi utilizado nas cidades de Três Lagoas (MS), São Sebastião (DF), Rio das Ostras (RJ) e Sorriso (MT), sempre com resultados positivos.
Este é o segundo inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa com o objetivo de combater as larvas do mosquito. Desde 2005 está no mercado o Bt-horus – feito em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia -, mas que não é produzido em larga escala no país.
Monnerat explica que os dois larvicidas são biológicos, não afetam o meio-ambiente, nem colocam em risco a saúde humana. Porém, o novo produto, Inova-Bti, foi formulado com adjuvantes modernos de alta eficiência.
“A formulação é um pouco diferente do primeiro bioinseticida, mas ambos têm os mesmos princípios e são excelentes produtos”, ressalta Monnerat. “Os testes toxicológicos do Inova-Bti estão em fase final e então submeteremos o dossiê com toda a documentação à Anvisa”.
Relatório CicloVivo e Embrapa
Disponível em <http://ciclovivo.com.br/noticia/brasileira-desenvolve-bioinseticida-que-mata-larvas-do-mosquito-da-dengue/>

BACTÉRIA QUE “COME” GARRAFA PET PODE SER NOVA ESPERANÇA PARA A RECICLAGEM

Pesquisadores japoneses identificaram uma bactéria que consegue “digerir” plásticos PET (Polietileno Tereftalato), transformando o material em dióxido de carbono e água.
A quebra das moléculas do polímero PET é feita por duas enzimas da bactéria, batizadas de Petase e Metase.
Caso possam ser produzidas em laboratório, as enzimas abririam caminho para a reciclagem química das milhões de garrafas PET que poluem diversas partes do mundo. O estudo será divulgado na revista Science desta sexta-feira (11).
O primeiro passo da pesquisa foi a coleta de 250 exemplares de plástico em um centro de reciclagem. O objetivo era tentar encontrar algum ser vivo que tivesse o PET como principal fonte de carbono para o crescimento. Na amostra, foi localizada uma bactéria, batizada deIdeonella sakaiensis, que era capaz de degradar quase completamente um fino filme de PET após seis semanas a uma temperatura de 30°. Por ser muito resistente a biodegradação, garrafas PET, como as de água e refrigerante, podem permanecer na natureza por até 800 anos.
“Conseguimos encontrar um consórcio microbiano que pode degradar completamente o PET amorfo em dióxido de carbono e água”, disse para o UOL, por e-mail, Kenji Miyamoto, um dos autores da pesquisa, da Universidade de Yokohama. Investigações posteriores identificaram uma enzima, chamada de ISF6_4831, que usa água para quebrar as moléculas do polímero em substâncias intermediárias. Essas substâncias são definitivamente quebradas pela ação de uma segunda enzima, a ISF6_0224.
Segundo o pesquisador, as enzimas poderiam ser produzidas em laboratório utilizando-se o sistema de expressão de E. Coli (Escherichia coli, bactéria utilizada para a produção de proteínas em laboratório). “Sistemas de reciclagem química têm sido desenvolvidos. No entanto, essas tecnologias ainda possuem problemas. Nós gostaríamos de desenvolver algo novo, mais amigo do meio ambiente. Nossa pesquisa é apenas o início”, afirma Miyamoto.

Tirando PET do mundo

Com a descoberta, abrem-se novas perspectivas para a reciclagem de um dos tipos de plásticos mais relacionados à poluição do meio ambiente. Segundo a Science, 56 milhões de toneladas do polímero foram produzidos no mundo em 2013. O acúmulo de PET em ecossistemas ao redor do mundo tem crescido de forma preocupante.
A forma de reciclagem do plástico mais comum é ainda o amolecimento e transformação do material em novos objetos, sem a retirada dele da natureza. Até hoje, eram conhecidas apenas algumas espécies de fungos que tinham propriedades capazes de quebrar a estrutura da molécula de PET.
As enzimas descobertas pelos pesquisadores japoneses chamaram muita atenção por serem bem diferentes na forma de atuarem em relação às enzimas conhecidas, presentes em outras bactérias. O estudo levanta questões sobre como estas bactérias que comem plástico surgiram e evoluíram.
Disponível em <http://vivagreen.com.br/noticias/bacteria-que-come-garrafa-pet-pode-ser-nova-esperanca-para-reciclagem/>