segunda-feira, 1 de agosto de 2016

"O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação" - Entrevista com Thamara Carvalho Coutinho, doutoranda pela UFSCAR

O CAEB, com suporte e apoio de colaboradores - a ex-aluna Lorena de Oliveira Felipe e o Prof. Igor Boggione - lança mais uma entrevista do Projeto "O Engenheiro de Bioprocessos e suas diferentes possibilidades de atuação". O principal objetivo dessa iniciativa consiste em estimular os estudantes da Engenharia de Bioprocessos sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional, além de promover o estreitamento das empresas com os alunos para futuros estágios e/ou parcerias. Em última instância, o projeto também pretende fortalecer o nome da UFSJ enquanto formadora de bons profissionais para o mercado de trabalho.
Conversamos com Thamara Carvalho Coutinho, 27, formada em Engenharia de Bioprocessos pela UFSJ – CAP. Atualmente, aluna de Doutorado de Engenharia Química na Universidade Federal de São Carlos na linha de pesquisa em ''Nanoimobilização de enzimas'' que envolve prioritariamente a área de Engenharia Bioquímica. Seu projeto da Embrapa orientado por Cristiane Sanchez Farina, Doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas, em 2004, atuante na Embrapa, na área de Agroenergia, Biodiesel e Produção de Enzimas.


QUESTIONÁRIO: PROJETO “O ENGENHEIRO DE BIOPROCESSOS E SUAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO

Dados pessoais:

1.               Nome completo: Thamara Carvalho Coutinho  
2.               Idade: 27
3.               Ano de conclusão do curso: 2013
4.       Empresa que trabalha/Universidade de Pós-Graduação: Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

Graduação: Engenharia de Bioprocessos

1.               Por que escolheu o curso de Engenharia de Bioprocessos?

Escolhi a Engenharia de Bioprocessos pois foi o curso que maior ligou duas áreas que eu me identificava muito: biotecnologia e todas as matérias de exatas.
Na época pensei que eu trabalharia com genética, mas hoje em dia despertei interesse por outras áreas dentro de bioprocessos.

2.               O que motivou a sua escolha pela UFSJ/CAP?

Escolhi a UFSJ/CAP por ser uma universidade federal e por ser uma das únicas universidades perto da minha cidade que tinha o curso que eu desejava.

3.               Participou de atividades extracurriculares durante a graduação? Caso sim, o que fomentou essa sua pró-atividade em buscar uma experiência além da sala de aula?

Sim. Durante a graduação fiz Iniciação Científica (IC) durante três anos com o Professor Telles, participei de Empresa Júnior (ATP Jr.) e dei Monitoria. Acredito que todas essas atividades foram importantes para me mostrar o que mais me atraía e o que eu não tinha tanta afinidade.
Por exemplo, na Empresa Júnior eu percebi que não tinha tanta habilidade para os negócios. Já a IC foi inspiradora para me mostrar que eu poderia trabalhar com pesquisa tranquilamente para o resto da minha vida.

4.               Quais as principais características de desenvolvimento – tanto pessoais quanto profissionais - você considera fundamental para um aluno de graduação?

Um aluno de graduação deve se conhecer, explorar suas habilidades, procurar melhorar suas limitações, planejar o seu tempo, encontrar o melhor horário de estudos e o melhor método de aprendizagem.

Formei: e agora?

1.               Qual o caminho que você trilhou após a conclusão da graduação? O que te levou a isso?

Após a graduação eu já segui para o Mestrado. Na verdade, eu sentia que ainda precisava aprender e amadurecer um pouco mais sobre a vida acadêmica. Eu precisava vivenciar o Mestrado para ver se meu perfil realmente era o meio acadêmico, e não deu em outra, me identifiquei com as descobertas, desafios e conhecimentos que o meio científico pode agregar a um profissional.

2.               Atualmente, qual a posição que você ocupa?

Atualmente sou aluna de Doutorado de Engenharia Química na UFSCAR na linha de pesquisa ''Nanoimobilização de enzimas'' que envolve prioritariamente a área de Engenharia Bioquímica. Ainda, é um projeto da Embrapa orientado por Cristiane Sanchez Farina.


3.               Como foi a forma de ingresso na empresa/instituição que você está agora?

Foi através do processo seletivo do Programa, o qual na verdade, levou em conta a análise do meu Currículo e dos meus Históricos Escolares tanto da Graduação, quanto do Mestrado.

4.               As matérias teóricas vistas em sala de aula, tanto do ciclo profissional quanto do ciclo básico já foram demandadas por você na sua atuação prática hoje no mercado de trabalho?

Sim. Matérias como Cinética/Cálculo de Biorreatores, Estequiometria industrial, todos os Fenômenos de Transporte (Mecânica dos Fluidos, Transferência de Massa/Calor) e Microbiologia Industrial são disciplinas que são demandadas por mim diariamente e agora consigo compreendê-las com mais clareza.
Na graduação nos deparamos com muitas disciplinas que não encontramos sentido naquele momento, mas com o tempo, podemos perceber quão importante é cada uma delas e tudo passa a ter sentido.  Mas também bate um certo arrependimento de não ter aproveitado o conteúdo como poderia na época que era passado em sala de aula.

5.               Para chegar na posição que você ocupa atualmente, quais as atitudes que você tomou enquanto estudante e que considera essencial para ter chegado até aqui?

Uma palavra definiu minha graduação: determinação. Muitas vezes, meus colegas desistiam de ir em frente com aquela ou outra matéria, eu nunca desisti de nenhuma, por mais difícil que estava. Mas também acabei abdicando de algumas coisas, como fazer uma academia, ir para casa nos finais de semana, entre outras coisas.
Gostaria de ter conseguido conciliar essas coisas, pois acredito que são muito importantes também. Se eu pudesse voltar atrás teria tido mais tempo para mim.  Acho que a saída para um estudante de Engenharia não pode ser diferente daquela de ter foco e estudar muito, e claro, tentar dar uma relaxada quando possível, pois isso interfere no rendimento.

6.               Quais conselhos você dá para os alunos do curso e para os demais graduandos em geral?

Explorem suas habilidades, pois elas definirão seu perfil profissional, tenham um bom relacionamento com colegas/professores, sejam otimistas, estudem muito, experimentem diferentes atividades extracurriculares e deem o melhor de si em tudo que fizerem que o retorno será garantido.
Para os alunos de Engenharia de Bioprocessos, se vocês sentem paixão por essa Engenharia assim como eu, sejam otimista, fiquem ligados nas indústrias e nas novidades do mercado, nas oportunidades que podem aparecer e valorizem nossa formação, pois ela é muito promissora para o nosso país.